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Abordagem Biopsicossocial em Pacientes com Dor Persistente

Autor: Fisioterapeuta Luiz Cadete
O termo dor crônica vem sendo substituído pelo termo dor persistente e
é cada vez mais comum nos consultórios e clinicas médicas, sendo
responsável por uma grande taxa de incapacidade e altos custos em diversos países do mundo, por exemplo, os custos com a Dor lombar persistente estão entre 12.2 e 90.6 bilhões de dólares nos EUA e os custos com dores no ombro ficaram em aproximadamente 7 biliões de dólares no Canada no ano 2000.
Dor persistente é tida como um quadro que permanece continuo por um longo período ou um permanece mesmo após o período esperado de cicatrização do tecido lesado; esta situação pode levar o paciente a uma queda no seu rendimento no trabalho, na qualidade do seu sono e nas suas atividades de vida diária.

Por muito tempo as pesquisas na área de dor seguiram o modelo biomédico, que tinham como objetivo entender como os mecanismos de lesão tecidual iriam gerar o quadro de dor no paciente.

Entretanto a pesquisa em dor tem mudado e dado cada vez mais importância à busca do entendimento sobre outros fatores que influenciam o quadro da dor persistente (como, por exemplo, as alterações no sistema nervoso central).
Neste contexto o tratamento para dor persistente evoluiu do modelo biomédico para o modelo biopsicossocial onde diversos fatores
como expectativas do paciente em relação ao tratamento, stress (que irá gerar um aumento dos estímulos considerados nocivos pelo cérebro, consequentemente, gerando quadro de dor) e cinesiofobia (ou seja, o medo de movimentos específicos), fatores estes que podem influenciar diretamente na resposta a qualquer tipo de tratamento, são tratados por uma equipe multidisciplinar especializada (onde se incluem fisioterapeutas, psicólogos, médicos e educadores físicos).

A abordagem biopsicossocial tem como foco o paciente como um todo e não apenas o membro ou estrutura lesada.

O foco principal desse tipo de abordagem é informar ao paciente como a dor é processada no cérebro associando com diversas técnicas, que variam de acordo com a especialidade. No caso da fisioterapia, técnicas como a exposição gradual ao exercício (onde o paciente tem irá voltar, dentro do seu período de adaptação, as suas atividades de vida diária), atividades aeróbicas, trabalho de controle motor e orientações sempre com foco no bem estar de cada paciente.
Exercícios ativos são descritos na literatura atual como efetivos para diversas condições de dor persistente, porém a correta orientação em relação a qual exercícios e a dose a ser aplicada é um fator primordial para que esta melhora ocorra em um menor período de tempo.
Em alguns casos, o acompanhamento de um psicólogo que possa desconstruir o histórico de dor do caso também se faz necessário e pode tornar o processo mais fácil e curto.

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