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No último sábado, 7 de novembro, em São Paulo, ocorreu o I Conferência Nacional de Apraxia de Fala na Infância. Nossa psicóloga, Ana Luiza Roncati estava lá e trouxe o que conferiu para o Núcleo Optimiza.

A conferência foi organizada por Fabiana Collavini, mãe de uma criança diagnosticada com Apraxia da Fala. Depois do diagnóstico, Fabiana não se conformou com o despreparo das equipes de saúde do Brasil e decidiu realizar diversas ações para tornar público o assunto. Uma de suas primeiras ações foi organizar a página do Facebook em que publica diversas informações sobre este diagnóstico. Fbiana conta com a ajuda da fonoaudióloga Elisabete Giusti, especialista no assunto, para traduzir instrumentos de informação, originalmente norte americanos, para o português. A foto acima, ilustra o que é Apraxia da Fala na Infância: um distúrbio motor na fala, que dificulta a emissão correta de determinados ou de todos os fonemas.
Nessa conferência, foram realizadas diversas palestras de profissionais e pais que discutiram temas como: diagnóstico, intervenção, apoio tecnológico de aplicativos e inclusão escolar de crianças com apraxia da fala.
As primeiras palestras sobre o diagnóstico do distúrbio, foram dadas por Elisabete Giusti e Elisabete Carrara. Ambas, destacaram a importância de uma avaliação cuidadosa realizada por profissionais da área da fonoaudiologia. Algumas crianças apresentam características semelhantes ao diagnóstico do Autismo ou de Distúrbio Específico de Linguagem e, por isso, alguns diagnósticos são dados de forma equivocada. As fonoaudiologia defenderam, então, que os profissionais deve estar preparados e informados para a realização de um diagnostico diferencial. É importante salientar, porém, que a Apraxia da Fala pode vir isolada ou junto a outro diagnóstico, como Autismo ou Síndrome de Down, por exemplo.
Em seguida, foram apresentadas propostas de intervenção. Não existe uma única intervenção, funcional para todas as crianças. O profissional deve estar atento às preferências de cada criança e notar qual o melhor caminho tomar. Porém, a repetição dos fonemas é fundamental no tratamento. Além disso, todos os profissionais enfatizaram a importância da participação da família neste processo.
No inicio da tarde, o pai de uma criança com apraxia, falou sobre o uso de aplicativos no tratamento do distúrbio. José Marcio Fernandes contou um pouco sobre a experiência com sua filha e demonstrou o uso de alguns jogos que podem ser custumizados por pais e profissionais, como por exemplo: Apraxia RainbowBee.
A palestra seguinte foi de Sara Yoshikawa, uma pedagoga analista do comportamento excelente na intervenção de crianças com Autismo e também naquelas com Apraxia. Sara mostrou a importância do treino de uma linguagem alternativa, como o PECS (Pictures Exchange Communication System), por exemplo. Ao longo da palestra, foi discutido que o ensino de uma linguagem alternativa não diminui a probabilidade do ensino da vocalização adequada, mas sim, oferece uma forma de comunicação adequada enquanto a fala é trabalhada.
Por fim, o neurologista Egeu Bossi discutiu o diagnóstico do ponto de vista médico.
Após um evento de sucesso, o próximo passo de Fabiana será fundar uma associação da Apraxia da Fala na Infância. Curta a página no Facebook e fique de olho nas novidades.
Vamos ajudar a dar voz a essas crianças!
